Uma conversa franca


Depois que saí de casa, eu fui a todo lugar estudando e visitando professores. Naquela época o centro de ensino do Mestre Pien-jung estava florescendo, então eu fui à capital falar com ele.


Ao encontrá-lo, ajoelhei e pedi repetidas vezes por sua instrução. Ele me disse: "Você deve prender-se a suas obrigações fundamentais. Não anseie por fama nem persiga ganhos. Não se apegue àqueles que você acha que vão te ajudar. Apenas esteja consciente sobre a lei de causa e efeito, e pratique a evocação de buda [Nenbutsu] de todo o coração." Aceitei seu ensino e parti.

Meus companheiros de viagem riram de mim, pensando: "Qualquer um poderia dizer estas frases. Você veio de tão longe e isso é tudo que Pien-jung te diz! Onde está a elevação, a sutileza? Na verdade este conselho não vale nem meio centavo!"

Eu disse: "Isto mostra precisamente o que é bom nele. Estávamos sedentos de conhecimento, procurando por ele, esperando reverenciá-lo e viemos de longe. Mas ele não nos enganou com conversas de fontes primitivas e maravilhas sutis. Em vez disso, ele apenas no instruiu do modo mais sincero com a forma mais iminente, pura e genuína que ele conhece. É isso o que há de bom nele".

Desde aquele momento até agora, eu, de fato, mantive o que Pien-jung me ensinou, e jamais abandonei.


Para um budista leigo

Firmemente mantenha os cinco preceitos e evoque o nome do Buda de todo coração. Seja filial e cuide de seus pais, esteja certo, mas ainda lhe alerto para unificar sua mente e prática com a evocação do buda. Faça votos para que ambos seus pai e mãe nasçam juntos na Terra Pura. Passe seus dias de acordo com as circunstâncias. Se pessoas vierem com oferendas, aceite-as, mas não solicite doadores. Não forme associações para praticarem a evocação do nome. Guarde-se ao que é apropriado e cultive a prática. Então você será um homem de grande bondade, um verdadeiro leigo budista nesta era da Decadência do Dharma [Mappô].

Morrer bem

Quando eu era jovem, eu não conhecia a evocação do Buda. Em uma casa vizinha aconteceu de eu ver uma velha mulher que recitava o nome do Buda [Amida] muitas milhares de vezes todo dia. Eu lhe perguntei: "Por que você faz isso?" Ela respondeu: "Meu marido recitava o nome do Buda nos dias passados, e quando morreu, ele partiu muito bem. Portanto, eu recito o nome do Buda deste modo. Quando meu marido faleceu, não havia doença. Ele simplesmente convidou os amigos e disse adeus."
Dado que leigos podem alcançar tal constância na prática da Terra Pura, como pode alguém que deixou sua casa para se tornar um monge não recitar o nome de Amida?

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