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Para iluminar a mente

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Iluminar a mente Há incontáveis portais de acesso ao Dharma: o importante é iluminar a mente. Dos portais essenciais para iluminar a mente, nenhum se iguala ao recitar o nome do buda Amida. Quando você dispor de tempo vago de suas leituras e escritas, ou quando sua mente estiver turbada, sente-se tranquilamente e recite o nome de Amida. Isto é benéfico. Quando sua atenção plena está em Buda, a atenção difusa se retira e para. Com a mente vazia, objetos estão repousados: o que você fará com este sutil prodígio? Espero que você não negligenciará isto de modo leviano. Terra Pura e métodos Zen Há muitos modos de se entrar na Senda, mas por franqueza e simplicidade, nenhum se equipara a recitar o nome de Amida. O método do nenbutsu através da recitação do nome do buda Amida traz salvação àqueles de capacidades elevadas, e alcança o mais lento e parvo. Ou seja, é a Senda que alcança o alto e o baixo. Não trema nem se confunda pelas visões vulgares [que a Terra Pura é a

Atenção Plena

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Um Momento de Atenção Plena  Ao leigo Liu Lo-yang de Su-chou    Por muito tempo eu respeitosamente lhe estimulei a devotar-se à recitação do nome do buda e procurar o nascimento na Terra Pura.    Esta Senda é a mais original e mais sutil e maravilhosa. E também a mais simples. Por ser simples, aqueles de grande inteligência a negligenciam.    Nascimento e morte não estão separados um único momento de atenção plena. Consequentemente, todas as miríades de ensinos e métodos mundanas e supra-mundanas (transcendentes) não estão separadas de um único momento de atenção plena.    Exatamente agora tome este momento de atenção plena e esteja consciente do buda, lembre-se do buda, recite o nome do buda. Quão próximo e perspicaz! Que energia essencial pura, tão sólida e real! Se você não se enganar ao ver de onde surge a atenção plena, este será o Amitabha de nossa natureza intrínseca. Este é o sentido do patriarca vindo do Oeste, [osentido do Zen].    Mesmo se você não despertar, v

Não se pode negar que a Terra Pura não existe

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Algumas pessoas dizem que a Terra Pura não é nada além da mente, que não há Terra Pura da Suprema Bem-Aventurança além dos trilhões de mundos do cosmos. Esta discussão de “apenas-mente” possui suas fontes nas palavras dos sutras e é verdade, não falso. Porém, aqueles que citam isto neste sentido estão interpretando seu sentido erroneamente. A mente iguala-se aos objetos: não há objetos além da mente. Os objetos igualam-se à mente: não há além dos objetos. Desde que objetos são totalmente mente, por que devemos nos agarrar à mente e rejeitar os objetos? Aqueles que rejeitam os objetos quando fala sobre a mente não compreenderam a mente. Algumas pessoas também dizem que a Terra Pura vista no momento da morte está inteiramente na própria mente do moribundo e, portanto, não há Terra Pura. [Pessoas com esta opinião] falham ao acreditar nisto. Seria correto dizer que é a mente do próprio moribundo se apenas ele viu aquilo que é visto no momento da morte por aqueles que recitam o nome

Renascimento no budismo

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Saṃsāra, traduzido para o chinês como 輪廻, lún huí em chinês, ou rinne em japonês, é o termo que se refere ao ciclo de nascimentos e morte do budismo. Às vezes é traduzido como transmigração, outras como renascimento, e muitas vezes como reencarnação (termo este tido como inapropriado. Três termos muito próximos, mas cujo significado leva a intrincadas discussões. O trecho a seguir faz parte do livro A vacuidade e o não eu - A concepção linguística do budismo (空と無我 ー 仏教の言語観) , escrito por Akira Sadakata. Nesse trecho, Sadakata fala sobre sua opinião a respeito do conceito de saṃsāra de uma forma crítica, tema este controverso e complicado dentro do sistemas filosófico do budismo. Decidi deixar a palavra rinne traduzida por transmigração por considerá-la mais adequada no contexto. O conceito de transmigração é supérfluo Pela religião cuja existência eu reconheço, o conceito de transmigração é claro. Porém, o budismo que declara o conceito de anatma (selfless, não-eu) prod

A época de Saichō e Kūkai

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Imperador Kammu O imperador Kammu via o budismo do período Nara com indiferença. Mas isso não significa que o budismo em si era geralmente recebido do mesmo modo. Por se tratar de um novo imperador, uma nova ideologia também era necessária, e o o budismo vigente não satisfazia este propósito. Neste momento entram em cena Saichō (767-822), fundador da escola Tendai, e Kūkai (774-835), fundador da escola Shingon. Estes dois abriram caminho para esta nova fase do budismo japonês. Os dois faziam parte da mesmo grupo de enviados à China da dinastia Tang, porém suas personalidades diferiam muito. Eles tiveram a oportunidade de estudar na China do começo do século IX. Na mesma época, a escola Tendai fundada por Zhìy ǐ (jap. Chigi, 538-597), o Budismo Esotérico (Tantrismo) que fora transmitido diretamente da Índia e a escola Kegon fundada por   Fǎzàng  (jap. Hōzō, 643-712) floresciam. Saichō aprendeu a doutrina Tendai, teve um breve contato com o Budismo Esotérico e reto

O budismo pelos olhos ocidentais

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"Ocidental convertido, eu encarava o budismo como um conjunto de doutrinas filosóficas, preceitos éticos e práticas de meditação. Para mim, ser budista era simplesmente levar a vida de acordo com os valores centrais da tradição: sabedoria, piedade, não violência, tolerância, serenidade e por aí afora. Morar na Coreia me fez descobrir até que ponto era ingênuo. Pelos meus critérios intransigentes, um ditador de farda, que suprimira com violência um levante popular, não podia ser budista. Mas, por que não? O budismo é só para os moralmente superiores e doutrinariamente corretos, que se sentam em piedosa meditação o dia inteiro? Agora começava a perceber que ele constituía uma identidade cultural e religiosa, um sistema graças ao qual seres humanos falíveis podiam tomar decisões difíceis neste mundo precário e imprevisível." Confissões de um ateu budista Stephen Batchelor

Da prática

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Certo dia, o oficial Po Chu-I, passando pela estrada, viu um monge Zen sentado no galho de uma árvore ensinando o Dharma. O seguinte diálogo se sucedeu: Oficial: "Velho homem, o que estás fazendo nesta árvore em uma posição tão precária? Um deslize e cairás desta árvore para a morte! Monge: "Atrevo-me a dizer, Vossa Senhoria, que vossa posição é até mais precária. Se eu cometer um deslize, sofrerei sozinho; se, como um oficial de alta posição, você cometer um erro em uma decisão, seu erro pode custar a vida de milhares." Po Chu-I, sentado em sua liteira ornamentada, ficou perplexo. Ele refletiu por um momento e retrucou: Oficial:  "Boa resposta. Dir-te-ei algo. Se puderes me explicar a essência do Budismo em uma frase, tornar-me-ei teu discípulo. Caso contrário, separaremos nossos caminhos e jamais nos encontraremos novamente." Monge:  "Que fácil questão! Ouça! A essência do Budismo é não fazer o mal, fazer o que é bom e manter sua m