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Dez Dúvidas sobre a Terra Pura

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Dez dúvidas sobre a Terra Pura  pelo Patriarca Tiantai Zhiyi 浄土十疑論 天台大師智顗 Mestre Zhiyi, patriarca da escola Tendai Questão 2 Todos os fenômenos são vazios por natureza, sempre não-nascidos, iguais e imóveis. Não estaríamos indo contra esta verdade quando abandonamos este mundo, buscando renascer na Terra da Bem-Aventurança? O Sutra (Vimalakirti) ensina que "para renascer na Terra Pura, você deve primeiro purificar sua própria Mente; apenas quando a Mente estiver pura, as terras búdicas serão puras". Não estariam os seguidores da Terra Pura indo contra esta verdade? Resposta Esta questão envolve dois princípios e podem ser respondidos em dois campos. (A) No campo do Geral, se você acredita que buscar o renascimento na Terra Pura significa "deixar o aqui e buscar o lá", e isto é, portanto, incompatível com a Verdade da Similitude, você não está cometendo o mesmo erro agarrando-se a este Mundo Saha e não buscando renascer na Terra Pura,

A Parábola da Serpente

O Iluminado dirigiu-se aos bikshus dizendo: "Vocês, bikshus, entendem o Dharma do mesmo modo que este bikshu, Arittha, o domador de abutre, compreendeu anteriormente? Pois ele, falhando em compreender o significado correto, interpretou erroneamente meus ensinos e cavou uma cova para si mesmo, e por consequência gera demérito. Assim vocês procedem ao compreender?" "Certamente não, Lorde, pois de diversas maneiras o Iluminado nos conta sobre os obstáculos, e eles são obstáculos reais para aqueles que perseguem os prazeres. O Lorde disse que os desejos são insáciáveis, cheias de pesar e de sofrimento. Disse que os desejos são como esqueletos, como um pedaço de carne, como uma tocha flamejante, como um carvão ardente, como um sonho que se esvanece, como algo emprestado." "Exatamente, bikshus! Entenderam bem o Dharma. Porém, este bikshu, Arittha, não compreendeu, e cavando uma cova para si mesmo, provoca seu próprio prejuízo que o atormentará por longos

Questões aos noviços

O que é "um"? Todos os seres sencientes são mantidos pelo alimento. O que é "dois"? É Nome e Forma. O que é "três"? São as três sensações. O que é "quatro"? São as Quatro Nobre Verdades. O que é "cinco"? São os Cinco Agregados. O que é "seis"? São as seis esferas dos sentidos. O que é "sete"? São os Sete Fatores da Sabedoria. O que é "oito"? É a Nobre Senda Óctupla. O que é "nove"? São as Nove Esferas da Existência. O que é "dez"? São as dez qualidades com as quais é dotado um Arhant.  Samanera Pañha  

Tathagata

O corpo do Tathagata ainda permanece, mas cortado está o laço que amarra à existência. Enquanto seu corpo permanece, devas e homens o contemplam. Com a separação do corpo após o término de sua vida, nem devas nem homens podem vê-lo mais. Assim como quando a haste de um cacho de mangas é cortado cada manga vai junto, assim também o corpo do Tathagata permanece, mas cortado está o laço que amarra à existência. Portanto, enquanto o corpo do Tathagata permanece devas e homens o contemplam. Com a separação do corpo após o termino de sua vida, nem devas nem homens podem vê-lo mais. Digha Nikaya, i, 45.

A fala nobre

Aqueles que falam furiosos, cheios de ira e orgulho, Criticam as falhas dos outros ao encontrá-los, E deleitam-se em culpar e encontrar defeitos E com a queda de seus rivais. Mas Nobres nunca seguirão tais práticas. Se houver um sábio, de fala gentil, Ele saberá o tempo propício e a fala preocupada Com a retidão e a prática da fala correta. Assim discursa um sábio, não irado, auto-controlado Com mente humilde, fazendo o que se deve Não curioso, mas fala sabiamente o discurso justo, Recebe as palavras amáveis, rejeita a cruel, Não conhece o ressentimento, não censura faltas, Não torce nem subjuga seu rival, Nem no assunto em questão. Oh, é verdade Que as palavras do nobre igualmente instruem e agradam! Assim fala o nobre, assim é a conversa do nobre E sabendo disso o sábio deve falar humildemente. Anguttara Nikaya, i. 199

O Oceano

" 'O oceano, o oceano', bikshus, diz o homem inculto. Mas na disciplina Arya, não é um oceano, mas uma grande massa de água, uma grande piscina de água. O olho do homem, bikshus, é um oceano. Seu movimento é de formas. Aquele que supera estes movimentos feitos de formas é conhecido como "o que atravessou ". Aquele que atravessou, que foi além do oceano dos olhos, com suas ondas, seus redemoinhos, seus tubarões e monstros (que são os desejos), aquele brahmin está sobre a outra margem. Assim também a língua do homem é um oceano, e produzida por sabor é seu movimento. Assim também é a mente do homem, com seus movimentos produzidos pelas ideias. Aquele que atravessou este mar apinhado de monstros, Com demônios e temíveis ondas intransponíveis, 'Versado no conhecimento', 'um homem de vida santa', 'Ido ao fim do mundo', e 'ido além' ele é chamado. Samuddo Sutta SN 35.187 (S iv 157) Traduzido da versão inglesa de F. L. Woo

O Deus da Árvore Banyan

No passado, e também em alguns lugares hoje, as pessoas tiveram e têm superstições. Uma delas é a de que árvores grandes e incomuns são habitadas por deuses das árvores, ou por algum tipo de espíririto. As pessoas acreditam que pode-se fazer uma promessa ao espírito da árvore, e o espírito os ajudará de alguma forma. Quando acreditam que o deus ou espírito as ajudou, ele devem manter a sua promessa. Certa vez, na cidade de Kasi, no Norte da Índia, um homem encontrou uma grande árvore banyan. Imediatamente acreditou que ali deveria existir um deus vivendo nesta árvore, e fez uma promessa para este espírito da árvore dizendo que se seu pedido fosse atendido, em troca faria um sacrífico de animais. Em pouco tempo seu desejo foi atendido, mas se por um deus ou um demônio ou por qualquer outro meio, ninguém sabe. O homem estava certo de que havia sido o deus da árvore que havia atendido sua oração, e desejou cumprir a sua promessa. Uma vez  que seu pedido fora um "peixe grande&q

A morte tudo encerra

Assim eu ouvi. Certa vez o Iluminado estava em Savatthi no Parque do Leste, na casa pertencente à mãe de Migara. Naquela ocasião o Iluminado,  tendo levantado ao entardecer de seu isolamento, sentou-se sob o sol poente, aquecendo Suas costas. O Venerável Ananda aproximou-se do Iluminado e, enquanto friccionava Seus membros com a mão, dirigiu-se ao Iluminado dizendo: "É maravilhoso, Lorde! É estranho, Lorde! Agora, Lorde, a aparência do Iluminado não é mais clara e translúcida. Todos os seus membros estão frouxous e ficaram enrugados. Antes Seu corpo era radiante, mas agora vê-se uma mudança em cada um dos órgãos dos sentidos - da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato - tudo está mudado, Lorde." "Ainda assim, Ananda, a natureza do decaimento é inerente à juventdadude, a natureza da doença está na saúde, no meio da vida estamos na morte, de modo que agora minha compleição não é mais clara e translúcida. Agora vê-se uma mudança em cada um dos órgãos do

Apresentação

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A literatura budista é vasta e envolve mais de 84 mil sutras escritos em diferentes épocas e lugares. Por este motivo, há diferenças de linguagem, temas e personagens em grande parte deles, mas todos os textos constituem um todo que fundamenta aquilo que se chama de budismo. Neste blog, colocarei traduções de sutras e textos budistas que acho interessantes. Espero que seja uma forma de ampliar o conhecimento relativo ao budismo no Brasil. Espero que gostem do blog e sintam-se a vontade para comentar. Com as mãos postas, em Añjali.  Namo'mitabhaya buddhaya. Homenagem ao Buda da Luz e Vida infinitas.