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Mostrando postagens de janeiro, 2014

A vida é curta

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Curta é a vida, de fato! Perecemos antes dos cem anos. Contudo, mesmo vivendo mais que um século, no fim perecemos. É pelo apego que as pessoas se afligem. "Impermanente são as propriedades neste mundo: tudo é suscetível à mudança", - ao perceber isto, o sábio a nada se apega. Pela morte é descartado até aquilo que se acredita "Isto é meu". O que percebe isto não se entrega ao apego. Assim como ao despertar não se vê mais aquele com quem se encontrou no sonho, do mesmo modo não vê mais os entes queridos que faleceram. Aqueles que eram vistos e ouvidos e chamados por seus respectivos nomes, ao morrer apenas seus nomes permanecem. Os desejosos por objetos do apego não abandonam o sofrimento, o pesar e a avareza, mas os sábios que se livraram das posses, vivem em segurança. Para um bikkhu possuidor de uma mente desapegada, que habita num lugar isolado, é certo dizer que ele não transita mais nos vários reinos da existência. Um sábio que é completamente indepen

A casa em chamas

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火宅 遊んでる子供 気の迷い A casa que inflama Crianças brincando Mundo de delusão Dentro da casa as crianças brincam Tantos brinquedos coloridos, rodopiantes Cintilantes, extasiantes Brincam despreocupadas com o porvir Rodam o pião que asperge luzes pelos lados E depois jogam-no em um canto Onde permanece, esquecido, solitários “Há tantas coisas para se ver, tantos brinquedos novos Por que se deter em velhos brinquedos novos?” Busca-se por novidades como o respirar E nesta busca desvairada, as paredes da casa flamejam E fogo que impiedosamente consome Não são notados pelas tolas crianças envolvidas em jogos

O primeiro Buda

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Ao fazer oito anos, fiz uma questão ao meu pai: “O Buda é que tipo de pessoa?”. Meu pai respondeu: “O Buda é aquele em que uma pessoa se tornou”. Perguntei ainda: “O que uma pessoa fez para conseguir se tornar um Buda?” E meu pai: “Ela agiu conforme os ensinos de Buda”. Ainda perguntei: “Este Buda que ensinou aprendeu de quem?”. E ele: “Ele aprendeu com o Buda anterior e se tornou um Buda”. Então, novamente indaguei: “Afinal, como era o primeiro Buda que ensinou pela primeira vez?”. “Provavelmente era alguém que caiu do céu, ou então brotou inesperadamente da terra”, finalmente disse meu pai e riu. Depois disso, meu pai contava a várias pessoas se divertindo: “Sendo muito interrogado por meu filho, acabei não conseguindo responder corretamente.” Escritos das horas ociosas Yoshida Kenkō, monge budista do século XIV