Incompreensões e costumes
Li a seguinte história é relatada no livro "Budismo, o real ensino - Compreensões e Incompreensões da Índia, China e Japão" (仏教、本当の教え・インド、中国、日本の理解と誤解), de autoria do Professor Masatoshi Ueki, ainda sem tradução para o português.
Diz o autor que um dos motivos que o levaram a estudar sânscrito foi o seguinte:
Quando criança, uma dúvida não o largava. Ao dormir, ele sempre "ousava" dormir com a cabeça virada para o norte. Em japonês existe uma palavra, 北枕, kitamakura. Kita é a palavra japonesa para "Norte", e makura, "travesseiro". Basicamente, dormir com a cabeça virada para o norte. Ao dormir virado para o norte, sua avó vinha rapidamente mudar seu colchão e travesseiro de lugar direcionando-os ao Sul e ralhava com ele dizendo "Dormir assim dá má sorte!".
Quando sua vó não estava, dormir virado para o norte era sua forma de se rebelar. Ele pensava: "Se houver no Budismo um padrão ou regra que diga que se deve dormir virado para o Norte e não para o Sul ou qualquer outra posição, eu não vou acreditar neste budismo."
Depois dos trinta anos de idade, este autor teve a oportunidade de ir à India. Ao perguntar para intelectuais e professores sobre qual a posição da cabeça da cama em seus quartos, todos diziam que ela era virada para o Norte. Ao se hospedar em um hotel cinco estrelas, as camas também eram do mesmo modo, e ao questionar se esta não seria uma posição de mal augúrio, os indianos lhe respondiam: "O que você está dizendo? Esta é a melhor posição para dormir!".
No Sutra do Nirvana, no momento em que o Buda entra no Mahāparinirvāṇa, existe a seguinte cena: "Naquele momento, o Buda colocou sua cabeça para o Norte, direcionou seu rosto para o oeste, deitou de lado e adormeceu". Os budistas japoneses, ao lerem este trecho, entenderam que esta posição é feita no momento do falecimento de alguém e passaram a chamá-la de kitamakura, tornando-se um tabu. Porém, na Índia esta posição era um costume quotidiano e Śākyamuni, por hábito, também deitou-se na mesma posição.
Esta história, além de divertida, não é exclusividade do autor, pois parece ser uma lenda que se espalhou pelo Japão, já que também existe uma referência a ela no livro "Leituras do budismo esotérico", de Sachiya Hiro [密教の読み方].
Mas, independentemente de ser ou não um boato, este e outros problemas de interpretações ou traduções são discutidos neste livro de modo claro e com uma linguagem simples.
Diz o autor que um dos motivos que o levaram a estudar sânscrito foi o seguinte:
Quando criança, uma dúvida não o largava. Ao dormir, ele sempre "ousava" dormir com a cabeça virada para o norte. Em japonês existe uma palavra, 北枕, kitamakura. Kita é a palavra japonesa para "Norte", e makura, "travesseiro". Basicamente, dormir com a cabeça virada para o norte. Ao dormir virado para o norte, sua avó vinha rapidamente mudar seu colchão e travesseiro de lugar direcionando-os ao Sul e ralhava com ele dizendo "Dormir assim dá má sorte!".
Quando sua vó não estava, dormir virado para o norte era sua forma de se rebelar. Ele pensava: "Se houver no Budismo um padrão ou regra que diga que se deve dormir virado para o Norte e não para o Sul ou qualquer outra posição, eu não vou acreditar neste budismo."
Depois dos trinta anos de idade, este autor teve a oportunidade de ir à India. Ao perguntar para intelectuais e professores sobre qual a posição da cabeça da cama em seus quartos, todos diziam que ela era virada para o Norte. Ao se hospedar em um hotel cinco estrelas, as camas também eram do mesmo modo, e ao questionar se esta não seria uma posição de mal augúrio, os indianos lhe respondiam: "O que você está dizendo? Esta é a melhor posição para dormir!".
No Sutra do Nirvana, no momento em que o Buda entra no Mahāparinirvāṇa, existe a seguinte cena: "Naquele momento, o Buda colocou sua cabeça para o Norte, direcionou seu rosto para o oeste, deitou de lado e adormeceu". Os budistas japoneses, ao lerem este trecho, entenderam que esta posição é feita no momento do falecimento de alguém e passaram a chamá-la de kitamakura, tornando-se um tabu. Porém, na Índia esta posição era um costume quotidiano e Śākyamuni, por hábito, também deitou-se na mesma posição.
Esta história, além de divertida, não é exclusividade do autor, pois parece ser uma lenda que se espalhou pelo Japão, já que também existe uma referência a ela no livro "Leituras do budismo esotérico", de Sachiya Hiro [密教の読み方].
Mas, independentemente de ser ou não um boato, este e outros problemas de interpretações ou traduções são discutidos neste livro de modo claro e com uma linguagem simples.
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