A vida é curta

Curta é a vida, de fato! Perecemos antes dos cem anos. Contudo, mesmo vivendo mais que um século, no fim perecemos.

É pelo apego que as pessoas se afligem. "Impermanente são as propriedades neste mundo: tudo é suscetível à mudança", - ao perceber isto, o sábio a nada se apega.

Pela morte é descartado até aquilo que se acredita "Isto é meu". O que percebe isto não se entrega ao apego.
Assim como ao despertar não se vê mais aquele com quem se encontrou no sonho, do mesmo modo não vê mais os entes queridos que faleceram. Aqueles que eram vistos e ouvidos e chamados por seus respectivos nomes, ao morrer apenas seus nomes permanecem.

Os desejosos por objetos do apego não abandonam o sofrimento, o pesar e a avareza, mas os sábios que se livraram das posses, vivem em segurança. Para um bikkhu possuidor de uma mente desapegada, que habita num lugar isolado, é certo dizer que ele não transita mais nos vários reinos da existência.

Um sábio que é completamente independente não se apega. Em si, pesar e egoísmo não permanecem. Como uma flor de lótus não é molhada pela água, assim o sábio não é afetado pelo que é visto ou ouvido, nem pelo que se percebe pelos órgãos do sentido. Um sábio não é deludido pelos sentidos. Ele não espera a pureza de outra maneira. Ele nem se deleita nem é repelido pelo seis sentidos.


Jara Sutta
Sobre o decaimento
Sutta Nipata

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